FIC – Clube de Anfitriões de Hogwarts

CAP 05.2 – A briga dos gêmeos

No dia seguinte, Michael estava sentada na sua aula de Poções, já devidamente organizando seus materiais, quando alguém apareceu ao seu lado, cumprimentando-a. Sem compreender muito bem, ela olhou para um dos gêmeos e pulou para trás, enquanto todos os outros colegas faziam o mesmo, completamente chocados.

– Bom dia! – falou ele, sério.

– Earl… que cabelo é esse? Porque ele está… rosa?

– Porque ficou bom! Fofo, não é? Sou o Pink agora. Não aguento mais ser confundido com tipos como Eain.

Enquanto Michael tentava processar o que estava acontecendo, todos na sala olharam chocados para o outro gêmeo que entrara enquanto o irmão falava, e que estava com os cabelos azuis.

– Bom dia, Michael! – falou Eain, dando um sorriso.

– E o Eain é o azul agora?

– Ahhhh! – o gêmeo de cabelo azul deu um sorriso irônico e continuou a falar ao ver seu irmão indo se sentar – Eu finalmente consegui dormir bem na noite passada. Mas tive um sonho ruim. Sonhei sobre pintar meu cabelo de rosa ou algo horrível do gênerOOOOO! – e ele caiu estatelado no chão, pois o irmão chutara a sua cadeira bem no momento em que ele se sentava.

Sem perder tempo, Eain pegou a sua varinha e fez com que a cadeira de Earl tombasse par ao lado, levando o irmão desavisado junto.

Então os dois se levantaram, com olhares ameaçadores, e no meio disso Michael sentia a tensão pairando no ar.

Não demorou muito para que todas as carteiras e mesas estivessem voando descontroladamente pela sala, atacando os alunos, e os gêmeos no meio da confusão duelando. Refugiada embaixo da mesa do professor, tudo o que Michael podia fazer era assistir e esperar que a energia deles se esgotasse.

***

Sendo uma aluna bolsista não residente, Michael estava em Hogwarts exclusivamente para estudar. Por isso, todo o final de dia ela voltava para a sua casa em Hogsmeade e voltava no dia seguinte bem cedo. Como seu pai trabalhava principalmente a noite, ela preparava a comida do dia seguinte e a guardava em marmitas, uma para ela e uma para o seu pai. Então, para evitar comentários dos outros alunos dentro do castelo, na hora do almoço ela sempre se isolava em algum canto onde poderia ter um almoço plebeu tranquilo.

Entretanto, havia algo muito mais preocupante do que a sua marmita naquele dia: a briga dos gêmeos. Então, para tentar de alguma forma amenizar a situação entre eles, ela aceitou almoçar no salão principal como todo mundo, e ali a discussão continuava.

Como sempre, as mesas das casas estavam repletas das mais variadas, caras e excêntricas opções. Mesmo sendo uma aluna da Corvinal na mesa da Sonserina, nenhum dos outros alunos parecia se importar com isso, e muito menos queriam estar no lugar dela.

– Eu vi primeiro! – Earl.

– Não! Eu vi primeiro! – Eain.

Os dois tentavam se servir da mesma travessa. Entre olhares mortais, eles começaram a tentar pegar outros pratos, ainda com a sincronidade habitual:

– Eu quero Cappellini! Pato berbere! Figado de ganso com tempero Périguex! PARE DE ME COPIAR! EU DISSE PARA PARAR!

E eles continuam rosnando um para o outro enquanto todos em volta se afastam, e Michael estava no meio  daquilo sem poder fazer a não ser abraçar a sua marmita e torcer para que eles não começassem uma guerra de comida.

– Achei mesmo que havia muito barulho aqui… – reclamou Lloyd se aproximando da mesa da Sonserina, junto com os outros Anfitriões – Ainda estão brigando?… O que são esses cabelos?

– Podem parar! – Honey subiu em cima da mesa, para ficar da altura deles, e mostrou um cartão vermelho usado nos Duelos de Feitiços para descontar pontos – Punição dupla por estarem brigando! – ele conjurou um pequeno bolo nas suas mãos, de creme com um grande morango em cima – E1 e E2! Terão que comer metade desse bolo para fazerem as pazes, tá?!… Ah, mas eu também quero comer… Podemos dividir em três? O morango não dá para dividir… O que faremos? Posso ficar com ele? É que eu gosto de morangos… E1 e E2, vocês também gostam de morangos?

Quando o nível de irritação dos gêmeos já era sentido em toda a atmosfera ao redor, Aldrich sabiamente pegou Honey e o tirou da mesa, o levando para longe com o seu bolo.

– Só está piorando as coisas, então pare. – explicou.

– Ah! Michael! – Lloyd percebeu de repente que havia alguém se encolhendo entre os gêmeos – Que raro encontrá-lo aqui!

– Oi, mestre. – ela cumprimentou sem vontade, enquanto os gêmeos pareciam ter dado uma trégua e se sentado virados de costas um para o outro, cada um de um lado seu – Me preocupo com esses dois, apesar de ter trazido minha marmita…

– Marmita? – a revelação teve um efeito devastador no anfitrião-rei – Marmita do tipo que se faz em casa?!

(LAP: Início da divagação da imaginação fértil de Lloyd —->)

Michael, vestida como dona de casa, com avental de florzinhas e tudo mais, aparece segurando timidamente uma marmita nas mãos e dizendo:

– Querido, sua marmita. Estou um pouco envergonhada em dizer isso, mas preparei cada pedacinho dela com todo o meu amor para você!

(LAP: Fim da divagação da imaginação fértil de Lloyd.)

– Aababklasjdnjkasvouapreciaressmarmitadofundodomeucoraçãomichaelqueridaababa…

– Como não sei do que está falando, deduzo que seja obra da sua imaginação incoerente. – disse Payton, espiando o amigo que babava feliz por cima da sua prancheta.

– Michael, o que tem na sua marmita? – perguntou Earl de repente, olhando entediado para o seu próprio prato.

– Coisas requentadas do que sobrou de ontem… e ovos fritos.

– Quer trocar comigo? – ele empurrou o seu prato para ela e pegou a sua marmita – Peguei coisas diferentes do Eain e são todas coisas que não gosto.

– Tá, mas… – e o queixo dela caiu diante do prato que estava na sua frente, repleto de coisas caras, cheirosas, brilhantes e apetitosas – Incrível! Nunca comi algo assim antes… – então, com receio, ela cortou um pedaço do fígado e experimentou.

Naquele momento, todo o seu mundo parou e seus olhos se encheram de lágrimas. Nunca havia provado algo tão saboroso quanto aquilo.

– Estava delicioso, não é mesmo, Michael? – sussurrou Lloyd fungando, com os olhos marejados diante da cena tocante de uma plebeia pela primeira vez na vida provando boa comida – Que bom. Quero que coma isso todos os dias! – e, tendo uma ideia brilhante, ele volta correndo para a sua mesa, pegou seu prato ainda intocado e foi até Earl propondo – Bom trabalho, Earl! Se me der essa marmita te doou o meu prato repleto de coisas que você gosta!

– Não. – Earl.

– Por que não? – Lloyd.

– Não. – Earl.

– Está gostoso, Michael? – perguntou Eain do outro lado – Experimenta isso. – E, sem pedir permissão, segurou-a pelo queixo e aproximou devagar uma colherada de um creme do seu prato – Diga aaaah…

Os olhos de Michael brilharam, mas antes que ela pudesse alcançar a colher, Earl tomou a sua frente.

– Dan dos afalhe, ota! (LAP: tradução -> Não nos atrapalhe, idiota!) – disse ele de boca cheia, segurando a colher firmemente com os dentes.

Irritado, Eain pegou o seu prato com o creme e o jogou no irmão, mas esse agiu imediatamente, puxando Lloyd pelo casaco e o colocando estrategicamente como seu escudo. E então, o duelo de feitiços entre os irmãos recomeçou e, antes que todas as mesas fossem viradas, Michael pegou sua marmita e saiu desolada do salão principal, indo procurar por um cantinho tranquilo onde pudesse fazer sua refeição.

***

Naquela tarde, no Clube Anfitrião, as atividades foram suspensas…

Na mesa onde normalmente eram servidos os doces e bolos para as clientes, os anfitriões se reuniam para discutir aquele dilema (LAP: menos os protagonistas deles). Lloyd suspirava desorientado, Payton calculava com um ábaco mágico (LAP: Como é isso? O.o), Honey brincava com as orelhas do seu coelhinho, Aldrich olhava fixamente para lugar nenhum e Michael segurava sem vontade uma xícara de chá.

Payton terminou o que estava calculando e declarou:

– Se essa situação continuar, seremos forçados a dispensar os do amor fraternal. As clientes deles estão divididas entre as que vibram com a briga e as que acham que eles devem voltar a ser o que eram… Ah, não precisa se sentir responsável por nada, Michael. Mesmo que o motivo da briga tenha sido um comentário infeliz seu.

(LAP: Está claramente a culpando! o/)

– Essa é a primeira vez que eles brigam, não é? – disse Honey, fazendo e desfazendo nós nas orelhas do seu coelhinho rosa .

Aldrich concordou com um aceno de cabeça.

– É mesmo? – perguntou Michael, achando o fato surpreendente.

Por ser filha única, às vezes queria ter um irmão para brigar, coisa que ela achava ser comum entre as famílias bem estruturadas.

– Nós os conhecemos desde a educação elementar. – contou Honey – Apesar de não falarmos com eles pela diferença de anos e horários, sempre víamos aqueles dois brincando sozinhos.

– É verdade. – contou Lloyd – Apesar de eu só ter entrado em Hogwarts no quarto ano, eles eram terceiranistas bem estranhos. Sempre estavam juntos afastados de todos, como se não deixassem ninguém se aproximar. Apesar deles terem mudado, a personalidade deles era muito estranha do que é hoje… E, vendo por esse lado, uma briga não seria uma coisa boa? Não significa que o mundo deles está sendo ampliado? Penso que deixá-los sozinhos no momento é o melhor a se fazer.

Diante disso, Michael deu um grande suspiro e olhou para a ampla janela que dava uma excelente visão do cenário de final de inverno lá fora, e falou, dando sua opinião:

– Será que é mesmo uma boa coisa?… Mas, se é a primeira vez que brigam, não seria melhor que alguém pedisse para eles pararem? Porque… eles não devem saber como fazer as pazes um com o outro…

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