B&C – Contos Envenenados #04

Elementos: Patinho Feio/ Sapatinho de cristal/ um anão/ lâmpada mágica/ carapuça vermelha

O patinho que não queria ser feio

Era uma vez um anão, que morava num lugar muito distante e desconhecido. Ele adorava viajar e, em um dessas viagens encontrou no meio da rua um objeto metálico. Pegando em mãos e tirando a poeira, estranhou:

– Uma lâmpada mágica?

– Não, anão estúpido. – disse o estranho objeto nas mãos do baixinho – Olhe, essa parte aqui é o salto – e instantaneamente a parte do salto brilhou – Enquanto essa partezinha aberta é onde as pessoas colocam o pé. Sou um sapato de metal procurando participar de quantas histórias conseguir, pois só assim me tornarei um sapato de cristal. –concluiu com triunfo.

– Legal, posso te usar?

– Claro! – falou o sapato/lâmpada, feliz.

Mas, no instante em que o anão colocou o sapato, ele se transformou em um patinho feio de carapuça vermelha.

O patinho feio com a carapuça vermelha resolveu então se transformar em top model, já que agora vestia um sapato de cristal de salto.

Mas o patinho encontraria um problema que atrapalharia a sua escalada ao sucesso: ele era feio, mas feio mesmo, tão feio que as pessoas corriam ao vê-lo. Sem ter maneira fácil de resolver o problema, decidiu que precisava ser bonito, nem que tivesse que voltar a ser anão. Acontece que o patinho anão não sabia ainda, mas a carapuça vermelha era uma fada amaldiçoada, condenada a ser uma carapuça até que alguém com intenções fúteis, mas coração pura, aparecesse para que ela tivesse de se redimir. Vendo uma oportunidade naquele ex-anão, ela imediatamente deu um sedativo para o recém sapatinho de cristal (para que não atrapalhasse) e começou a desafiar sua lavagem cerebral. Inocentemente iludido pela fada carapuça, o patinho feio foi convencido de que se virasse uma carapuça, trocando de lugar com ela, teria a chance de ser vestido por alguém famoso, tipo, Justin Bieber. Feliz, o anão-patinho aceitou e de um momento para o outro perdeu toda a sua dignidade ao ser transformado (again, mo ichido) em uma carapuça.

Um mês depois, ainda sendo uma carapuça e vivendo na cabeça de um vendedor de hot-dogs, o anão-painho-feio-carapuça viu uma manchete onde a fada-madrinha-ex-carapuça-patinho-feio havia se tornado um rapper famoso e estava dominando o panorama da música mundial. Conformado, já que nunca fora muito esperto, o anão se limitou em ser admirado pelas crianças que gostavam de cachorro-quente. Fim.